Entre os santos de Deus está, em primeiro lugar, Maria, a mãe de Jesus (Mateus 2,1; Marcos 3,32; Lucas 2,48; João 19,25). É, portanto, com a Bíblia na mão, que louvamos Maria, chamando-a de bem-aventurada. Nós, cristãos católicos, veneramos Maria porque Deus a escolheu para ser a mãe de seu filho Jesus, nosso único redentor e salvador.
O culto a Maria está fundado na Palavra de Deus, que afirma: ”Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou: bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Maria recebeu de Deus a plenitude da graça e, por esta razão, é saudada pelo Anjo como “cheia de graça” (Lucas 1,28). A mesma Maria, reconhecendo sua pequenez de serva agraciada por Deus, reconhece: “Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada”(Lucas 1,48). Durante toda a vida, até a última provação, quando Jesus seu filho morre na cruz diante dela, sua fé não vacilou. Maria não cessou de crer no cumprimento da Palavra, das promessas de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé (CIC 149).
Nós amamos o Filho de Maria, Jesus Cristo, ”autor e consumador da fé“ (Hebreus 12,2). Devemos , portanto, amar sua mãe, sua fiel discípula, a primeira que nele acreditou, dando sua adesão ao plano de Deus, quando o Anjo lhe anunciou que seria mãe do Salvador. A devoção à Virgem Maria é “intrínseca ao culto cristão” (Vaticano II – LG 62). Porém, o culto à Maria, mesmo sendo inteiramente singular, difere essencialmente do culto que se presta à Santíssima Trindade. Ao Deus Uno e Trino Pai, Filho e Espírito Santo, nós adoramos; enquanto a Maria, nós veneramos.
Este culto de veneração toda especial à Maria se justifica porque ela é reconhecida como “Mãe do meu Senhor” (Lucas 1,43). O concílio de Éfeso, no ano 431, reconheceu Maria como Mãe de Deus: Mãe de Jesus, Deus encarnado. Por isso, a igreja assim a venera com especial devoção. Para Maria damos inúmeros títulos: Nossa Senhora das Graças, de Lourdes, Aparecida, de Fátima, do Carmo, da Penha... Mas é sempre a mesma Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus que a Bíblia nos apresenta toda de Deus (Lucas 1,38), toda do povo (Lucas 1,39-56), orando com a Igreja (Atos 1,14). Foi Jesus que, morrendo na cruz, entregou sua mãe à Igreja, na pessoa do discípulo João que, junto com Maria, estava aos pés da cruz: “Eis aí tua mãe” (João 19,27). E o discípulo a levou para sua casa. A casa do discípulo, nós sabemos, é a comunidade, a Igreja. Maria é, portanto, presença materna na comunidade dos que acreditam em Jesus.
O exemplo de Maria não afasta de Jesus, pelo contrário, arrasta a humanidade para a adoração de seu filho: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5). Eis o que nos ensina Maria, é sua última palavra na Bíblia, é o seu testamento. Maria faz eco à Palavra do Pai, quando da transfiguração de Jesus: “Este é o meu filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz“ (Mateus 17,5). Concluímos que o culto à Maria é bíblico, nele não há idolatria. A devoção à Maria nos leva a Jesus, à comunhão com Ele. Jesus é a meta de toda devoção mariana. A alegria de Maria é que aceitemos e sigamos Jesus, como assim ela o fez. Maria não é o centro da fé, o centro é Jesus. Porém, Maria faz parte do centro da fé, porque faz parte, de forma única, da vida de Jesus. Mãe e Filho estão ligados no plano de Deus e não podem ser separados; não se pode reconhecer o Filho e não reconhecer a Mãe. Aceitemos a vontade de Deus, aceitemos o presente que Ele nos dá: MARIA.