Liturgia da Palavra - 22/01/2012
3º Domingo do Tempo Comum
"Tudo começa com uma Boa Notícia!"
"Convertam-se e acreditem na Boa Notícia!" Esse é o convite que a Igreja faz a todos nós, atendendo um mandamento de Jesus. Nínive ouviu Jonas e se converteu. Simão, André, Tiago e outros ouviram Jesus e se tornaram pescadores de homens. Os Coríntios ouviram Paulo e mudaram de vida. Eles acreditaram! Hoje essa graça é oferecida a mim e a você. Como será nossa resposta?
Liturgia da Palavra - Deus nos fala
O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos. Acolher a Palavra de Jesus como Boa Notícia implica em deixar toda segurança exterior que possa impedir-nos de assumir um compromisso com uma ação transformadora.
1ª Leitura - Jn 3,1-5.10
Leitura do Livro de Jonas:
A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez:
"Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar".
Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada.
Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo dizendo: "Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída".
Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior.
Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus!
Salmo Responsorial - Sl 24
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.
Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!
O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho
2ª Leitura - 1Cor 7,29-31
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios:
Eu digo, irmãos: o tempo está abreviado. Então que, doravante, os que têm mulher vivam como se não tivessem mulher; e os que choram, como se não chorassem, e os que estão alegres, como se não estivessem alegres; e os que fazem compras, como se não possuíssem coisa alguma; e os que usam do mundo, como se dele não estivessem gozando. Pois a figura deste mundo passa.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus!
Evangelho - Mc 1,14-20
Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo, escrito por Marcos:
Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo:
"O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!"
E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
Jesus lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens".
E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus.
Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; e logo os chamou.
Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Reflexão:
O início da atividade apostólica de Jesus, para S. Marcos, é um convite à conversão (Mc 1, 14-20). Diz Jesus: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” (Mc 1, 15).
Acabou-se o tempo das promessas e da espera: O Messias chegou e está começando o seu ministério! A sua presença é a plenitude dos tempos, tornando-os veículos da misericórdia de Deus e da história da salvação.
Para acolher Jesus, a condição primeira é a conversão, a mudança profunda de vida que exige, sobretudo, a luta contra o pecado e, consequentemente, a rejeição de tudo aquilo que o pode desviar do amor e da Lei de Deus. Uma conversão parecida à que Deus exigiu à cidade de Nínive, por meio da pregação de Jonas, e que os seus habitantes praticaram, abandonando “o seu mau caminho” (Jn 3, 10). Mas, a fuga do pecado é apenas a primeira fase da conversão anunciada por Jesus, que exige também um segundo momento que é destacado no Evangelho: “Acreditai na Boa-Nova”. O cristão tem que aderir positivamente ao Evangelho com uma fé vivificada pelo amor, que não se fica apenas na sua aceitação teórica, mais procura evidenciá-lo com a vida prática. É necessário e urgente, pois, deixar de lado a mentalidade terrena que faz com que o homem viva e atue apenas com vistas à felicidade e aos interesses temporais. “A aparência (a figura) deste mundo passa”, adverte S. Paulo (1 Cor 7, 31).
O convite à conversão estende-se a todos os povos. O tema da conversão e da penitência poderia parecer um tema quaresmal. Porém não é assim! Toda a nossa vida deve ser marcada pela conversão; o ano todo é tempo de conversão; a vida toda é tempo de conversão!
Converter-se significa crer no Evangelho, ou seja, significa pautar a vida pela Boa-Nova, ou o Evangelho de Deus. Significa entrar no discipulado de Cristo. É pautar a nossa vida segundo os ensinamentos e os exemplos do próprio Cristo, em relação a Deus, como seus filhos; em relação ao próximo, como nosso irmão e irmã.
No Evangelho somos chamados, como Simão e André, a aceitar o convite de Jesus: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17). Entramos no discipulado de Jesus se fizermos como Tiago e João: “Jesus os chamou. E eles, deixando o pai Zebedeu na barca com os empregados, o seguiram” (Mc 1, 19-20).
Estes homens deixaram tudo imediatamente e seguiram o Mestre.
Neste Domingo a proposta de Deus passa pelo convite à conversão e seguimento.
Para seguirmos o Senhor, é preciso que tenhamos a alma livre de todo o apegamento; em primeiro lugar, do amor próprio, da preocupação excessiva pela saúde, pelo futuro…, pelas riquezas e bens materiais. Porque, quando o coração se enche dos bens da terra, já não resta lugar para Deus. Por isso o cristão necessita de uma vigilância contínua, de um exame frequente, para que os bens criados não o impeçam de unir-se a Deus, antes sejam um meio de amá-Lo e servi-Lo.
Cristo continua dirigindo ainda hoje o mesmo apelo: “Vinde após mim e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17).
É um chamamento para aderir à pessoa de Jesus, para fazer aprender com Ele a ser uma pessoa nova que vive no amor a Deus e aos irmãos.
Todos os batizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a “Converter-se”, a acreditar no Evangelho, a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida.
EQUIPE LITÚRGICA